HISTÓRIA
A MATA DE BENFICA NO SÉCULO XX
24 de Junho de 1986 é a data oficial da fundação da Associação Desportiva, Recreativa e Cultural da Mata de Benfica. As raízes do clube, o entusiasmo dos primeiros anos, as crises, o ressurgimento, os tempos de normalidade, os êxitos e os fracassos desses primeiros quinze anos são aqui mostrados.
A ideia de criar um clube desportivo surge entre os orientadores e pais de dois grupos de jovens praticantes desportivos da Rua da Venezuela e Rua da Casquilha, ambas na freguesia de Benfica.
Outro facto importante foi a terraplanagem de um terreno para arranjar um campo de futebol de cinco na Rua Eng. Nobre Guedes, onde a prática dessa modalidade foi muito intensa na década de oitenta.
As Canarinhas, do grupo de praticantes da Rua da Venezuela
Após uma série de reuniões no Café Lote 5, na Rua da Venezuela, foi constituída a nossa Associação, que teve também como nome proposto “Os Pandas”. Os números dos sócios fundadores foram sorteados. Foi eleito presidente José Manuel Alvaleide.
Um dos primeiros desafios foi conseguir uma sede, o que veio a ser alcançado, no Caminho da Feteira, mas sem um contrato de arrendamento em nome do clube, circunstância que se revelou bastante perniciosa.
Campo da Pepsi: assim era conhecido o recinto
A primeira sede: Caminho da Feteira, 14
Com a nova sede há um aumento muito significativo do número de sócios e as atividades, sobretudo destinadas às crianças, têm um grande incremento.
Do ponto de vista desportivo, o futebol ocupa papel de destaque, com vários jogos-convívio de futebol de 11, futebol de 5 com torneios em diversos escalões, xadrez com participação nos Jogos de Lisboa, e ténis de mesa.
Concurso de desenhos. Presidente da Direcção, José Fernandes, distribui os prémios na sala da sede onde estava a biblioteca.
A equipa de futebol sénior que participou em diversos convívios futebolísticos, isto é, após o desafio havia um almoço de confraternização entre as equipas. De pé, à direita, o antigo internacional do Benfica e bicampeão europeu, José Águas, sócio fundador do clube. A veterania e a juventude estavam aliadas nesta equipa.
O Ténis de Mesa, uma das primeiras modalidades do clube
Passagem de ano na sede do clube
Os convívios, de forma informal ou organizados, foram também uma pedra de toque da atividade da Mata de Benfica. Pela sua participação e mobilização de pessoas, destacam-se os arraiais dos Santos Populares, mas havia outras ocasiões de festa....
Entre 1989 e 1996, o clube não teve sede. As atividades recreativas e de convívio ressentiram-se e as reuniões dos órgãos sociais do clube também não primaram pela regularidade.
No entanto, a atividade desportiva manteve-se. O clube participou em diversas modalidades nos Jogos de Lisboa, passando de fase de freguesia até a concelhia em xadrez e futebol de cinco, e com presenças no basquetebol e ténis de mesa.
No xadrez juvenil, a nível federado, houve três campeãs femininas de escalões jovens. A partir de 1994, começa-se a disputar oficialmente o Torneio Interno (em salas da Escola Básica do Parque Silva Porto) e a participar na Taça de Portugal. Uma equipa de “miúdos” comete a proeza de eliminar o Sporting B.
Tânia Rodrigues (à esquerda) uma das campeãs de escalões jovens. As outras duas foram Catarina Mestre e Sofia Henriques. Os treinos realizavam-se na residência particular de António Mestre.
Em 1999, no pavilhão de exposições da Junta de Freguesia, a nossa associação divulga a sua história. No topo, a primeira camisola do clube, com o patrocínio do “Lote 5” onde se realizaram as assembleias fundadoras.
Em 1996-97, abre-se uma janela de esperança: a Associação de Moradores do Bairro de Santa Cruz de Benfica e Zonas Contíguas facilita a utilização do seu edifício para algumas atividades e, em 1998, é formalizado um protocolo envolvendo também a Junta de Freguesia, pelo qual passámos a dispor de um espaço a que chamamos “sede”. A vida associativa retoma o seu ritmo próprio, recomeça a angariação de novos sócios e o aproveitamento do espaço disponível.
Em 1998, realiza-se o I Open de Xadrez de Benfica em colaboração com a Junta de Freguesia, iniciativa que se manteve com êxito reconhecido e de forma ininterrupta até 2019, inclusive.